sábado, 15 de setembro de 2012

CUIDANDO DO SER XXVII - Falcão Negro.


Por esses dias aconteceu uma dinâmica. O facilitador pediu que escrevêssemos o nome de um animal com o qual mais nos identificássemos. Sem muito pensar o animal que me veio a mente foi o “Falcão Negro”. Desde esse momento uma série de gatilhos foram disparados em minha percepção de vida.  

Na devolução da dinâmica o facilitador disse que o animal escolhido se referia a nossa percepção de como nos vemos. Falcão Negro! É assim que me vejo? Assim fui buscar algumas características que poderiam me identificar com essa ave.

Liberdade! Imagino ao amanhecer o falcão levantando vôo. Não existe uma estrada, não existe uma rota. Não existe relógio. Apenas um céu azul. Uma vida para ser vivida. Asas ao ar. Lá se vai essa ave grandiosa. Tem a liberdade como essência de vida. Assim, descobri que amo a liberdade.  Nada me prende. E no dia que me sentir preso, esse será o dia em que não estarei mais. Se estou é por vontade deliberada, não por obrigação ou prisão. Não consigo imaginar uma ave que nasceu para ser livre vivendo presa em cativeiro, seja ela qual for. Eu não conseguiria sobreviver!

Autonomia! O falcão negro parece não depender muito dos outros animais. Ele  da conta de si próprio. Quando tem fome caça. Quando se cansa de voar procura uma corrente de ar para descansar suas asas. Gosta de uma boa paisagem e ar puro. Amo as pessoas e procuro o máximo possível não incomodar, prefiro às vezes ser incomodado a incomodar os outros (claro a Rê não conta). O poeta popular já cantou: “E mesmo sem te ver, parece até estou indo bem, só apareço por assim dizer, quando convém aparecer, ou quando quero, ou quando quero”. Isso faz parte do Falcão Negro!

Solitário! Você não vê o falcão negro voando em bando como as garças. Ele é sempre encontrado nas maiores alturas. Vê as coisas lá de cima com seus olhos potentes, mas quase sempre só, e quase sempre fica lá mesmo. Ter acesso a ele não é uma tarefas das mais fáceis. Como a liberdade, a solidão também faz parte do seu ser. E isso não é bom ou ruim só faz parte da sua natureza, da sua essência. Ele é feliz assim.  Também gosto de estar só. Desde muito cedo aprendi como é bom estar comigo mesmo. Claro, não sou uma ilha. Amo a presença de pessoas que me queiram bem, mas não tenho nenhuma dificuldade de ser encontrado em contato comigo mesmo. Evidentemente o Falcão Negro passa por momentos de perigo. Alguém até já escreveu, em algum lugar sobre “ O Falcão Negro em Perigo”! Voar já é perigoso por excelência. Entretanto é no perigo, é no risco do vôo solo, é no estar consigo, só consigo mesmo, que o falcão negro se encontra. Parece que são nessas mesmas circunstâncias que também me encontro, me encontro  plenamente enquanto ser no mundo!

Cuidando do ser! Se hoje lhe fosse  perguntado: - Com que animal você mais se identifica? O que você responderia? Quais boas características você encontraria nesse deslocamento? É um exercício psicologicamente válido, pode ter certeza. Teriam outras coisas para escrever sobre o Falcão Negro, todavia, penso que essas já falam bastante da minha essência. Você teria coragem de ir em direção a sua, a sua essência? Em uma ave descobri muita coisa a meu respeito. Você estaria disposto (a) a também se auto- descobrir?   

Por  Luciano de Paula.
15/092012.

3 comentários:

  1. Sábias palavras, meu amigo. Muitas vezes também me sentia bem em meu mundo solitário, quando viajava para dentro de mim mesma. Mas com a maternidade... ah a maternidade! Rsrsrsr Solidão, que nada!Abraços

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    1. eeehhhhh.... "as suas noites sem dormir apenas começaram"rsrsr. Até VI.

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  2. Voe por todo mar, e volte aqui pro meu peito...

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