sexta-feira, 7 de setembro de 2012

CUIDANDO DO SER XXVI - PATÉTICO


Nesse feriado tirei um tempo para relaxar! No fim da tarde estava aguardando, introspectivamente, a chegada da noite. Essa veio adentrando ao quarto e me trazendo junto com ela inúmeros pensamentos e reflexões. O que ocorre aqui foi uma dessas reflexões.

Nessa minha existência algumas vezes já me senti muito, muito patético! Patético por não conseguir deixar de falar e não me calar, patético por não conseguir deixar de expressar o que gostaria de expressar. Sempre acabava falando e me expressando e isso, às vezes, parecia tornar-me patético aos olhos de quem me via. Tipo, um homem (um amigo) falar para outro amigo: -  Eu te amo! Meio sentimental demais, diria alguém. Mas esse sou eu!

Então comecei a colocar todas as minhas falas na balança e penso que disse tudo a todos. Aos meus pais, a minha avó, a minha irmã, aos meus amigos e a minha esposa. Se me faltar uma nova oportunidade de dizer, talvez patéticamente, “eu te amo”, eu já disse. A todos que devia consideração e reconhecimento acredito, também, tê-lo feito. Não me sinto em falta!

Assim minha noite ficou mais leve. Sinto não dever nada a ninguém, senão o amor, e o amor é livre e leve, é sem obrigações e restrições. Amor é retorno, retorno sem promessas.

Nessa mesma tarde escolhi perdoar. Perdoar todas as promessas que me foram feitas e não cumpridas. Algumas difíceis de digerir, mas necessárias. Perdoei todas as palavras faladas sem fundamento. Perdoei toda grana que me deviam. Escolhi não esperar nada de ninguém. Sem dever, sem compromisso, sem retorno, sem contas a receber, apenas a vida a viver. Ninguém me deve nada! Chegar a esse ponto é libertador. Sem ressentimentos! Então a tarde ficou ainda mais leve, sem peso, tranqüila.

O que fica? Fica a vida! Fica o imponderável e a oportunidade de um novo “eu te amo”, de um novo “você é muito especial para mim”ou “eu gosto muito de você”. Entretanto, se estas palavras não forem repetidas, não haverá problema, pois todas elas, uma a uma já foram, amorosa e carinhosamente, ditas em bom tempo, a quem de direito. Com toda verdade e intensidade e às vezes com uma dose de patetice que minha alma sabe demonstrar, mas nunca sem a emoção e o sentimento correspondente. Independente para quem tenha sido, quando disse que “eu te amo”, sempre foi real e verdadeiro, sempre foi para valer!

Cuidando do ser. Se amanhã fosse seu último dia de vida, você teria alguma coisa a dizer a alguém? Você teria alguém a quem perdoar?  Como anda sua alma? Leve como a pluma ou pesada como o chumbo? Eu posso levar outras coisas comigo, mas não a dívida de ter deixado de falar para as pessoas que amo, o quanto as amo e amei, estando perto ou longe. Você tem alguma dívida de amor com alguém? Não seria uma boa hora para começar a pagar? Faça hoje a sua escolha! Calar ou Falar? Escolhi falar, desde então minha alma tem conhecido a leveza da pluma.



Por  Luciano de Paula.
07/09/2012.

2 comentários:

  1. O q fica? Fica o imponderável ao seu lado!!! T amo.

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  2. Como sempre, muito sabias suas palavras, meu amigo. Me levou a refletir, e pensar que também já me senti patética também por dizer o que sinto, pois acho que precisamos dizer Eu te amo a quem realmente importa. Mas, mesmo não devendo nada a ninguém, minha alma as vezes fica pesada como o chumbo, mas... deixa Deus tratar.

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