Depois de uma longa espera.
Depois de várias horas refletindo. Depois de constantes conflitos. Depois de
tentar fugir. Depois de perder todo o medo e enfrentá-los frente a frente.
Depois de quase não acreditar que eles realmente existiam com toda força e intensidade. Depois disto tudo,
decidi repará-los. Reparar os desejos do coração. Entretanto, apenas posso
reparar o que conheço. E essa foi a questão que se segue.
Fechei a porta do quarto.
Folha e papel na mão. Mergulhei no mar “absconditus” da minha alma. Mergulhei
em direção ao que move o ser humano, os desejos. Fiquei surpreso com o que
encontrei. Desejos impossíveis, desejos caros demais para se colocar em
prática, desejos passados, desejos que me deixaram assustados.
Não gosto de guerras! Não
conseguiria viver com uma guerra instalada no “planalto” do meu coração. Não
conseguiria conviver com o exército desejante e incansável do “Id”, enfrentando
o exército castrador do “Superego”, em uma guerra épica dentro do meu coração.
Seria uma empresa impossível.
Assim comecei fazer algumas
interrogações: “O que pode um corpo?” O que é certo? Qual o limite da
liberdade? O que ou quem posso amar? Até onde tenho o direito de ir? O que ou
quem é o meu parâmetro?
A medida que me encontrava os
meus desejos mais íntimos algumas interrogações pairavam sobre a minha cabeça:
“O que você almeja para sua vida, Luciano?” “Onde você realmente deseja chegar?”
“O que você pretende conquistar?” “Que preço você pretende pagar?”
Com o silêncio sepulcral ao
meu redor comecei a (re)analisar minha listagem de desejos. Comecei a
repará-los. Comecei a riscar os mais perigosos, os mais “caros”, os mais
insensatos e os mais insanos. Aqueles que
foram possíveis reparar e dar uma mascarada permaneceram. Mas, eles tiveram de
passar pelo crivo do superego. Todavia, parece que nesse dia ele estava de bom
humor.
Desejos de conquista foram
revistos. O “norte” restabelecido. O foco mantido. Desejos passados foram
relembrados, mas esses realmente estão no passado não causam mais transtorno.
Assim o tempo passou! Diante
dos meus desejos mais loucos e insanos me descobri um pouco mais. Outros
desejos certamente virão, afinal, são eles que de alguma maneira nos movem.
Entretanto, estes já estão reparados.
Cuidando do ser. Você saberia
dizer para você mesmo quais são os seus desejos mais intensos e profundos? Você
sabe quais destes desejos desestabilizam sua alma em uma tarde de quarta –
feira? Você saberia dizer quais desejos causam guerra entre o “pode” e o “não
pode” dentro da sua alma? Você teria coragem de entrar em contato com o que te
move e se for preciso reparar algum desses desejos insanos? A proposta está
feita! A briga é boa! No mínimo muito intensa! Os lobos (desejos) estão aí, ou
você os domina ou eles te farão de escravo. Mas, lembre-se, você nasceu para ser livre!
Por Luciano de Paula.
14/10/2012.
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