quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

CUIDANDO DO SER XIX - EMOÇÃO INCONSEQUENTE!

Inconseqüente. Algumas lições aprendemos apenas vivenciando-as. Aquela máxima dos sábios que dizem “aprender pela observação das experiências outras” parece não valer para algumas situações. Aconteceu comigo.
Um certo dia resolvi comprar uma moto. A Rê nunca foi muito a favor, mas de tanto eu insistir, compramos a moto e junto da mesma um boleto com 36 prestações. Andei cinqüenta kilômetros, fiz uma viagem até Resende e quase fui atropelado por um carro com minha esposa na garupa. Como se não bastasse fiquei sabendo do alto índice de roubo e furto de motos na cidade onde moro. Conclusão frustrante, moto na garagem sem eu usar, 36 prestações para eu pagar e uma rosto amarelo por não ter escutado a esposa(para dizer pouco).
Como se não bastasse em outro momento resolvi comprar um carro. Parece que diante da expectativa de comprar um automóvel a maioria dos homens perdem a razão. Pelo menos aconteceu comigo. Entretanto sempre admirei meu pai. Ele sempre se mostrou muito “cabeça fria” quando o assunto era carro. Em algum momento ele aprendeu a lidar com a razão, não se deixando dominar pela emoção.
Assim, por esses dias descobrir que tinha de trocar os pneus do carro. Fui todo faceiro em uma promoção do Carrefour. Cada um por 120,00, dizia o anuncio. Quando vou comparar a numeração, o que estava sendo vendido era o R13, e o meu era de aro maior, muito mais caro. No hora veio a lembrança do meu pai comprando os quatro pneus R13 e rindo a toa. Saí dali prometendo para mim mesmo que o primeiro item que iria observar antes de comprar um carro seria os pneus. Manter um carro custa caro, quem tem um sabe disso. Se a compra foi motivada pela emoção inconseqüente... quão caro sairá esse carro!
 Penso que meu próximo carro será uma compra mais racional do que emocional. Muita leitura, muita pesquisa, muita espera, pois um erro dessa ordem custa muito ao bolso! Os pneus insistem em me lembrar disso. Todavia nesse universo humano não sou o único a ter assumido posturas motivadas pela emoção. Acredito que muitas pessoas já erraram como eu. Alguns ao comprar  um carro, outros um celular, uma casa ou uma moto. Se for escrever sobre questões emocionais, não foram poucos os que inconseqüentemente erraram ao começar um namoro, um casamento, uma amizade. Atitudes inconseqüentes como ficar livre delas???
Cuidando do Ser! Voltar a trás em determinadas situações é impossível. Meu pai saiu no lucro, eu terei de gastar mais dinheiro com pneus. Mas vou repensar melhor as escolhas daqui para frente, mesmo que tenha que pensar em pneus, faz parte! Pense, repense, pense outra vez, volte a repensar antes de tomar determinadas atitudes seja de ordem material, financeira ou emocional, assim portas de uma atitude inconseqüente serão, certamente, fechadas. Não pretendo acertar sempre, mas pretendo abaixar em muito a minha margem de erro!!! Hoje essa é a minha busca existencial, qual é a sua?

Por Luciano de Paula.
09/02/2012.

Pedrão, o heroí da partida...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

CUIDANDO DO SER XVIII - MESA.

Lugar sagrado. Acredito na existência de dois lugares extremamente sagrado nessa terra. O primeiro deles é a cama. Ali é o lugar onde me encontro comigo mesmo e com a pessoa que mais tenho intimidade nesse mundo, minha esposa. O outro lugar que considero sagrado é a mesa.
É impossível sentar – se a mesa com escafandro, armaduras, escudos e espadas empunhaladas. A mesa precisamos nos desarmar. Os pontos fracos são mostrados, as idéias são postas e discutidas, risos aparecem livremente e claro a comida vem rechear o encontro.
Aprendi o valor da mesa na casa do pr. Silvio e tia Marilza. Lá todo café das tardes de sexta feira era festa! Marquinho bagunceiro que só ele, falando alto e brincando; Moisés agarrando o Marcos, Matt preocupado se estava faltando alguma coisa, tia Marilza correndo “para lá e para cá”, para providenciar comida para os vorazes que acabara de chegar do seminário, Miriã não poucas vezes cedendo seu lugar para mim, estranho no pedaço e claro, pastor Silvio observando contente toda aquela “bagunça”. Que gostoso!
Tudo pronto, agora vamos agradecer a Deus. Dizia o pastor Silvio. O silêncio até então impossível passa a reinar naquele ambiente. Uma celebração de gratidão é oferecida a Deus e assim com o retorno de toda euforia todos participam do “café da tarde”. Que tempo bom, que dias maravilhosos e inesquecíveis. Isso para não falar dos almoços de domingo... Assim aprendi o valor da mesa. Aprendi  como é importante para a saúde da alma. Assim que me casei sempre fazia questão de levar pessoas para tomar café.   
Todavia a vida é sempre um aprendizado e hoje sei que não é toda pessoa que deve ser convidada para mesa. Decepcionei-me algumas vezes com certo desdém por parte de alguns, a indiferença por parte de outros e eu pateticamente achando que estava celebrando o “encontro a mesa”. Ledo engano!
Cuidando do Ser. A mesa não perdeu seu valor e jamais perderá. É, para mim, um lugar sagrado. Meus pastores me ensinaram isso. Hoje sou bem mais criterioso, somente me permito sentar a mesa com pessoas especiais. Não posso escolher as pessoas que andam ao redor, mas posso escolher quem chamo para sentar e compartilhar a vida. Cuidado com quem você tem se assentado a mesa. Seja criterioso. Sente – se com pessoas que verdadeiramente te dão valor e que verdadeiramente valorizam a profundidade daquele momento.  



domingo, 5 de fevereiro de 2012

CUIDANDO DO SER XVII - ABRAÇO


Qual o limite da amizade? Quando realmente duas almas se encontram? Quando realmente existe o amor fraterno entre duas pessoas? Qual é o real ponto de encontro, onde a superficialidade do agora perde para a permanência dos relacionamentos profundos?
         Para mim o coração é a fonte de onde emana a vida. Ele é quem a envia  para todo o corpo. Se ele não gera a vida, com certeza a mantém. Daí o poder do abraço.

Duas pessoas podem se beijar, se cumprimentar, sem ter nenhum vinculo de afeto, carinho ou consideração. Eu já vi pessoas se cumprimentarem e virar as costas e começar a falar mal uma da outra. Beijo como mero ato de educação e formalidade social que vem de uma cultura educacional de boas maneiras, mas o abraço...
        Você já abraçou alguém onde conseguiu sentir o bater do coração do outro? Para mim, é nesse momento, que duas almas se encontram. Ali há uma celebração da vida, da amizade. Tenho em minha memória alguns abraços ontológicos. Toda vez que os relembro o meu coração dá uma descompassada. Eles são tão vivos como se tivessem acabado de acontecer.

Como é gostoso sentir o coração do outro! Como é gostoso ultrapassar todas as barreiras e poder se achegar o mais perto possível da fonte de vida de quem você quer bem e permitir que o outro se achegue. Ali, para mim, se manifesta o verdadeiro encontro humano – afetivo.
          Hoje a minha esposa supre o abraço(ausente) dos meus grandes amigos, todavia sempre que os encontro procuro deixar de lado o protocolo do comprimento social e trocá-lo por um gostoso abraço. Por um abraço do coração!

Cuidando do ser! Não sou contra o beijo social, mas um abraço gostoso em um grande amigo(a) quem o substituirá? Se você tem um porto onde sua alma possa atracar por alguns instantes, porque se furtar desse momento? Um beijo pode ser superficial, mas um abraço de coração, para mim, jamais o será. Eles são poucos, é fato, mas sempre cheios de vida, ternura, saudade, carinho, amor, completude, alegria, cumplicidade e verdade. Quando abraço meus amigos sinto que eles estão bem vivos, não somente no mundo exterior, mas principalmente no universo interior da minha alma. Se você chegou até aqui, e se você tem a oportunidade, não se negue, hoje, a dar um forte abraço, um “abraço do coração” em uma pessoa que mora dentro dele!
Por Luciano de Paula.
05/02/2012.