Algumas pessoas, como eu, se valem de metáforas
para tentar explicar de forma mais clara como percebem a vida. Tenho minha
maneira especial de ilustrá-la.
Comparo minha vida a um grande transatlântico. Um
grande navio construído para desbravar oceanos profundos. Romper tempestades,
mares bravios, atravessar dias longos de solidão sem ter nada e ninguém por
perto senão o imponderável do oceano ao seu redor.
Comparo os meus grandes amigos a ilhas. Belas
ilhas que, na viagem da vida, tenho a oportunidade de encontrá-las e vez por
outra reencontrá-las. Esses encontros são sempre recheados de grandes alegrias,
rememorações antigas, lembranças marcantes e afetos incomparáveis.
Um transatlântico sempre está de passagem. Ele não
pode ficar muito tempo, pois é muito grande para atracar, e é só a maré subir e
ele encalha. Esse não é o propósito, por isso os encontros são sempre muito
intensos e afetuosos. Sabemos que eles serão sempre breves! Quase sempre sem
promessas de retorno, mas com a garantia do amor que é verdadeiro. Esse amor
costuma fazer com que nos reencontremos.
A chegada do transatlântico é sempre comemorada
com muitos fogos de artifícios, uma mesa farta, uma série de brincadeiras, rola
até kart. Todavia, a despedida sempre é muito dramática, pelo menos para mim!
Por isso um forte abraço e beijos de despedida.
Beijaria todos os meus grandes amigos ao me despedir,
mas tem uns que não dá (coisas de “macho”, então ficamos somente no abraço),
mas em minhas grandes amigas dou-lhes um beijo, um beijo de despedida.
Cuidando do ser. Depois que elaborei essa metáfora,
a forma com que reencontro meus queridos mudou. É um encontro, pode ser o
ultimo. A vida, como o mar, tem os seus mistérios e, numa dessas, certamente
não voltarei. Então tem que ser o mais intenso possível. Ao partir, vejo a
“ilha” se distanciando, quase sempre o coração aperta, dá um nó na garganta, os
olhos enchem de “água”, é a vida que segue. Estou em viagem, estou em cruzeiro
e as ilhas não são a chegada, apenas a oportunidade riquíssima de velhos -
novos encontros, velhos – novos afetos.
A despedida é forte. A separação dói. A distância
incomoda, mas a ilha é apenas uma ilha, o destino da viagem é o porto e é para
lá que está indo o transatlântico, levando muitos abraços e beijos de
despedida. Se você fosse convidado(a) a fazer hoje uma metáfora que ilustrasse
sua vida, qual seria a sua história, qual seria a sua metáfora de vida? Arrisque-se. Pense nisso! Eu... Eu estou em
viagem, eu estou em cruzeiro! E você?
“O porto é um lugar seguro, mas as grandes
embarcações foram feitas para os mistérios e perigos dos oceanos”.
Por Luciano de Paula.
31/08/2012.
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