A vida humana é repleta de agitações e impermanências. Parece que o ideal de constância é um objetivo buscado e difícil de ser alcançado em determinadas áreas da existência. Não é fácil acordar todo dia feliz, descansado, disposto, organizado, adiantado e realizado. Os afetos, os atravessamentos da vida insistem em mudar o ânimo e o humor constantemente. Nada é perfeito por aqui!
Nesses dias tenho descoberto um sentimento que tem conseguido vencer todos esses afetos desestabilizantes. Esse sentimento se chama contentamento e com ele tenho aprendido algumas lições.
Aceitação. Algumas coisas queiram ou não tem de ser aceitas. O amigo querido que tem de se mudar, ficando a saudade. O relacionamento que se acaba sem um motivo justificável. A percepção de que você é amado, mas a maioria dessas pessoas mora longe e apenas resta aceitar a limitação espaço – tempo, por vezes vencida pelo telefone e internet. Entretanto, não negar, mas aceitar tudo isso faz um grande bem a alma.
Compreensão da vida. A vida humana é curta e muito cara. A jornada de oito horas diária de trabalho, mais filhos e casa consomem um tempo assombroso, para não dizer todo. Tempo esse que na juventude se tinha de sobra e se podia dedicar aos grandes amigos. Compreender as limitações não significa que a amizade esfriou ou acabou, apenas a vida que mudou com suas prioridades. Mais cedo ou mais tarde se encontra um tempo e assim pode se viajar para “Águas de Lindóia”!
Companhia de si mesmo. Talvez essa seja a grande lição. Quando se aprende a estar consigo mesmo em essência e em inteireza tudo se torna mais fácil. O outro vem apenas para complementar um espaço preenchido e não para completar um espaço vazio. Isso é vida plena!
Cuidando do ser XXI. O contentamento para ser alcançado, penso, passa pelo caminho da aceitação (definitivamente algumas coisas não podem ser mudadas), pelo caminho da compreensão da vida (as vezes se colocar no lugar do outro faz toda a diferença) e pelo caminho da companhia de si mesmo (se encontrar é quase sempre muito difícil e trabalhoso; olhar verdadeiramente no espelho pode trazer algum espanto a alma, mas os resultados disso são inimagináveis). Longa é a estrada e cheia de perigos e de mistérios. Todavia, quem escolher trilhá-la irá encontrar, no mínimo, paz de espírito, e quem sabe no topo da montanha o contentamento, para não dizer a felicidade. Vamos caminhar!!!
Por Luciano de Paula. 07/04/12.
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